A Autoridade e o Sentido de Pertença gerado no ato do ‘fazer-se um’ Somos para o outro somente à medida que este nos autoriza ser perante ele. Quando falamos em autoridade, a primeira imagem que nos vem à mente é a de uma pessoa exercendo comando sobre outra pessoa, ou pior, impondo-se a ela. No entanto, a verdadeira autoridade, aquela que leva ao crescimento e amadurecimento sadio dos afetos e à emancipação do caráter não tem nada a ver com mandar e ser mandado. Tem a ver com respeito, admiração e sentido de pertença, de pertencimento, o que nos conduz a pensar a autoridade como uma conquista e não uma imposição. A verdadeira autoridade, aquela que gera mutualidade e sentido de pertença, tem suas raízes no ‘ fazer-se um’ com o outro, na capacidade de reconhecimento das diferenças e das necessidades do outro, o que abre as portas para que possamos exercer o ato de confirmação existencial deste ser como pessoa humana. Ao ser reconhecido em suas habilidades e potencialidades, em s...
A Psicologia gestáltica da unidade – PGU [1] ,empresta o conceito de ‘fazer-se um’ descrito por , Chiara Lubich [2] , Doutora Honoris Causa em Psicologia pela Universidade de Malta, 1999, e condecorada com outros quinze títulos Honoris Causa em diversos campos das Ciências Humanas, Prêmio Unesco de Educação para a Paz, 1996, e Ordem do Cruzeiro do Sul, 2012, para descrever a constituição da subjetividade humana, seus paradoxos de crescimento e atualização do Self, através do genuíno encontro intersubjetivo. Para a PGU, somente ao ‘fazer-se um’ com o Outro significativo se abre a possibilidade de transpor a imanência do Ser em direção a sua transcendência, onde o divino da relação possa abrir caminhos para a incorporação, no ‘Eu’, dos frutos doados pelo encontro. Para a PGU, portanto, o ‘Eu’ nada mais é que ‘sintoma/consciência’ de todos os ‘Tus’ que o antecedeu e com os quais de alguma forma contatou. O homem, antes de significar, é significado pelo outro. Antes de ser ator da própr...