Há uma sabedoria intrínseca na morte que não tem a ver com a dor da perda, mas com a Glória e a Graça da ressurreição. Glória e Graça que só são possíveis de serem realizados através da compreensão e do entendimento da sabedoria contida no ' ato-da - morte-por-escolha' , (Mt, 26,39-42), pelo simples fato de que Amar é ' deixar-de-ser-para-que-o-outro-seja' .
A Glória de Deus nos é revelada pela Sua presença entre nós repleta de misericórdia, compaixão, humildade e graça, (Ex, 33,19). A Graça de Deus é o dom gratuito que nos é dado pelo ' encontro transformador ' que nos restaura e nos torna ressurretos, ressuscitados , como ' novas criaturas ' e nos concede e preenche do divino, (Ef, 2:8-9), não por causa das nossas ações, mas pela liberdade contida na Sua Graça , (2Tm, 1:9).
Portanto, toda e qualquer expressão de 'Amor' que não esteja pautada no ' ato-da-morte-por-escolha' , NÃO É AMOR! Ou é EGO (atitude que sacia uma necessidade em si mesmo), ou é DEPENDÊNCIA (faço pelo outro com o intuito de receber algo em troca, e, se não receber, culpo o outro pelo meu fracasso, ou, faço pelo outro com o intuito de não ser abandonado); ou é CULPA (por sentir-me preocupado de algo que fiz, mesmo que o outro não saiba, faço coisas para o outro tentar 'compensar', para mim e para o outro, o erro). Todas essas alternativas impedem a 'liberdade-de-morrer-por-escolha'.
A ' morte-que-ressuscita ' é a 'morte-por-liberdade-de-escolha' , aquele ato de decisão clara e consciente dada a nós pela livre descoberta da necessidade emergente do Outro que, no momento presente, no aqui-e-agora do nosso cotidiano, nos faz face, nos é apresentado como uma face abandonada de Jesus. Eis, então, que o paradoxo do verdadeiro Amor se revela: ' ' Amor não é um sentimento , embora consideremos senti-lo, é uma decisão clara e consciente que impulsionou uma ação em direção ao Outro. É o 'fazer-se-um' (mergulhar na verdade do outro) na liberdade de escolha que nos permite 'morrer-na-própria-vontade-para-fazer-Cristo-nascer-entre-nós' .
Não há, em nenhuma expressão da vida humana (afeto, sexualidade, matrimônio, paternidade, maternidade, fraternidade, trabalho, etc) em que o Amor não exija morte! (1Co,13).

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